A arte deve produzir só o belo?

22/12/2019

"A arte não produz unicamente o belo, mas também o feio, o horrível, o monstruoso. Existem obras-primas que representam assuntos horríveis, máscaras terrificantes, pesadelos que enlouquecem. Será que é o mesmo prazer que sentimos diante de Goya e Ingres, ante os fetiches congoleses e os torsos gregos do período clássico, ante o Paternon e os templos hindus? Será que são os mesmos, por um lado, o prazer do trágico e do sublime, misturados de sentimentos desagradáveis, e, por outro, o prazer sereno e harmonioso que nos causa o belo puro? E sobretudo, tomamos nós, como unidade de medida em nossas apreciações da arte universal, aquilo que nós, europeus ocidentais do século XX, consideramos como belo? Na verdade - pergunta este - o que é a nossa estética europeia? Respondo: é a exposição sistemática das nossas reações psíquicas diante da arte clássica." 

(Esquisse d'une Philosophie de L'Arte, Bruxelas, Livraria Albert Dewit, 1930, p. 41)

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